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quarta-feira, 8 de abril de 2015

Demolidor – Uma série sem medo e que vai redefinir o gênero!

Capa da Publicação
Nós da LH tivemos acesso aos primeiros cinco episódios da nova série da Netflix em parceria com a Marvel e garantimos: Demolidor veio para redefinir o gênero de séries de super herói e somar uma parcela que fazia falta no Universo Cinematográfico da Marvel.
Demolidor é a primeira série das cinco que a Netflix fará em parceria com a Marvel nos próximos anos, ela apresenta a história de Matt Murdock (Charlie Cox), um advogado cego da Cozinha do Inferno que atua como vigilante durante a noite. Mas isso você já sabe, correto?
Não tenha dúvidas, Demolidor é inteiramente conectada ao Universo Marvel dos cinemas e você terá indícios disso a todo instante, até porque, muito da trama se desenvolve na premissa de como as pessoas do subúrbio de Nova York tiveram que reconstruir suas vidas após a batalha de Vingadores. A Cozinha do Inferno (ou Hell’s Kitchen, como você conhecerá) é um bairro decadente em Nova York, tomado por diversas máfias, pobreza, corrupção e MUITA violência e que só piorou depois que foi parcialmente destruído durante o confronto entre os Vingadores e Loki. O bairro é quase um personagem na série, ele é vivo, você consegue sentir a atmosfera; e a ambientação não poderia ser melhor: A Cozinha do Inferno precisa de alguém para salvá-la, e é aí que entram dois homens distintos nos quais falaremos posteriormente.
Visualmente, todo o clima é bem diferente de tudo que a Marvel já fez no cinema ou na TV. A série adota muitos tons sombrios e sempre existe um toque de amarelo (e vermelho) no cenário, principalmente quando Matt sai por aí com uma máscara preta. Ouso dizer que o visual lembra bastante a ambientação sombria que Alex Maleev dava às histórias do personagens, como o próprio Charlie Cox ressaltou em entrevistas.
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Matt Murdock, interpretado de maneira visceral pelo britânico Cox, é um advogado cego que possui um charme único. Ele fala com a voz firme, tem um bom humor e é dono de uma retórica digna de sua profissão, conforme vimos em uma fantástica cena no tribunal. Tudo isso se torna mais impressionante quando o simpático advogado coloca a roupa preta e sai durante à noite para “tornar sua cidade um lugar melhor”. Várias facetas de Murdock são representadas já no primeiro episódio: seu lado católico é o primeiro a aparecer, que logo contrasta com suas atividades noturnas. O que Matt faz é um pecado? Pode ser, mas é necessário. O vigilante da máscara preta é violento, brutal e decidido; ele sai à procura do que precisa já sabendo o que esperar e tem consciência do que faz, mesmo indo na antemão do que realiza durante o dia.
A dualidade entre o advogado Murdock e o vigilante mascarado é muito bem representada em um momento, onde Matt precisa defender alguém que ele sabe que terá que ir atrás depois. É a lei, mas às vezes se torna necessário fazer algo fora dela para se obter a justiça.
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Aliás, não vá esperando uma história de origem e nem muitas explicações, os roteiristas foram espertos ao não se limitarem a isso e confiarem na inteligência do telespectador. Matt já é mostrado como um advogado idealista recém saído de um estágio e agora dono de sua própria firma junto com seu sócio e melhor amigo, Foggy Nelson. Ele já atua como vigilante e aos poucos vamos descobrindo sua história por meio de flashbacks intercalados, bem como acontece em Homem de Aço. Sim, temos toda a história do menininho de 9 anos que ficou cego ao salvar um idoso e adquiriu habilidades sensoriais extraordinárias. Também temos a relação entre o pequeno Matt e o seu pai, o “Batalhador” Jack Murdock, que se recusou a vender uma luta para que seu filho sentisse orgulho dele, mas acabou pagando o preço.
Muito do que Matt é hoje em dia, ele deve ao seu pai e fala isso o tempo todo. Jack obrigou o filho a enterrar a cara nos livros porque não queria que ele seguisse seu caminho, mas não fazia ideia do quanto era admirado por Matt. Existem várias ideias jogadas na série que definem o que são os Murdock: “Esses meninos Murdock são do diabo” como bem falava a avó de Matt. Eles podem até apanhar e cair, mas sempre se levantam, é isso que define pai e filho. Matt acabou seguindo o sonho do pai e se tornou um advogado, mas não conseguiu se livrar do espírito de lutador que possui.
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A série também não se dá ao trabalho de explicar como funcionam os poderes do Demolidor, ela faz melhor: te mostra. O espectador “entra” na cabeça de Matt Murdock e “vê” como o herói. Quando Matt interroga alguém, é possível escutar os batimentos cardíacos da pessoa ao fundo e já saber que, se oscilar, ela estará mentindo. Mesma coisa acontece aos sons e formas que cercam Murdock em uma luta, você é colocado na cabeça do herói e entende como ele consegue separar um determinado grito de socorro de centenas de outros barulhos que ocupam a Cozinha do Inferno.
Tá Avelar, mas e a história?
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O escritório Nelson & Murdock fica em um prédio na Cozinha do Inferno, praticamente não possuí móveis e até a placa com o nome deles é escrita em um papelão, inclusive existe uma brincadeira com cara e coroa quando os dois vão escolher o escritório que quem leu Homem Sem Medo do Frank Miller vai sacar na hora!  Os sócios Matt e Foggy possuem uma excelente química, os dois parecem de fato serem melhores amigos há muito tempo e um faz a balança do outro em questão de personalidade etc.
A primeira cliente da dupla é Karen Page (Deborah Ann Woll), uma linda mulher que está sendo acusada de um assassinato que jura não ter cometido. Karen trabalhava em uma poderosa construtora – veja só – que estava cuidando da reforma imobiliária da Cozinha do Inferno e acabou descobrindo uma irregularidade na empresa que colocou sua vida em risco. Karen é uma mulher bonita, misteriosa e coloca uma leveza necessária na série, ainda mais quando está com Foggy. É aí que a trama começa a desenrolar, nós somos levados a perceber que as coisas não são tão simples e existe algo grande acontecendo na Cozinha do Inferno.
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Enquanto o advogado Matt Murdock trabalha na parte legal do caso, o vigilante da máscara preta é quem sai na rua em buscas de respostas; e testemunhamos o carinho com que essa série foi feita. As lutas do Demolidor com os bandidos são secas, brutas e cruéis. Aqui não existe galhofa, são brigas de rua com muito sangue e fraturas expostas. O Demolidor em si consegue ser elegante, meio ninja em seus movimentos, e selvagem, um homem implacável. Arrisco dizer que são as melhores lutas já feitas pela Marvel e que não é todo mundo que vai conseguir assistir sem se chocar ao menos uma vez.
Existe uma sequência ao final de um dos episódios, com 3 ou 4 minutos de porrada comendo de forma consecutiva e Matt derrubando sozinho parte de uma gangue; é agoniante e ao mesmo tempo fenomenal! Na medida em que Murdock bate, ele apanha… e apanha muito! Um homem sem medo não é um homem invencível, as marcas de facadas, tiros e hematomas tornam isso evidente. É para cuidar disso que entra Claire Temple (Rosario  Dawson), uma enfermeira disposta a ajudar e a única a conhecer a identidade secreta do Demolidor. Entre muitas quedas e socos distribuídos, Murdock consegue um nome, um que todos tinham medo de dizer: Wilson Fisk.
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O futuro Rei do Crime  demora a aparecer, mas está sempre à espreita. Lembra que comentei sobre dois homens distintos que queriam salvar a Cozinha do Inferno? Já ficou claro que um deles é Matt Murdock, o outro ninguém menos é que Wilson Fisk. Interpretado de maneira assustadora e intensa por Vincent D’Onofrio, Fisk é o homem por trás de todo negócio obscuro da Cozinha do Inferno. Ele está se aproveitando da batalha de Nova York para dominar a Cozinha do Inferno e está envolvido com tráfico de pessoas, armas, corrupção na polícia de Nova York, obstrução do sistema judiciário e muitas outras coisas. Fisk comanda uma organização própria que conta com o apoio da máfia russa e outras figuras misteriosas, sendo o maior candidato ao posto de Rei do Crime agora que Don Rigoletto (olha Homem Sem Medo de novo) se aposentou. Ele quer arrumar a cidade do seu próprio jeito e seus métodos não são nada ortodoxos. Mas não se engane, esse homem corpulento pode estar construindo um império, mas ainda consegue demonstrar insegurança ao tentar conquistar o coração da sua amada Vanessa (Ayelet Zurer). Como o próprio D’Onofrio falou, Fisk pode ir de uma criança para um monstro, e isso fica evidente quando ele pune violentamente um de seus aliados após ser envergonhado na frente de Vanessa.
O Demolidor tem uma longa jornada pela frente, ele precisa se decidir que tipo de homem vai ser e o que a máscara representa. Matt Murdock é apenas um cara cansado de tanta injustiça acontecendo no lugar que ama, ele acredita que pode mudar isso. E fiquem tranquilos, há vários indícios de uma mudança de uniforme no futuro (inclusive na abertura).
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Em suma, a série é excelente! A parceria netflix/marvel superou todos as expectativas e entregou algo ainda melhor do que o mais otimista poderia querer. O personagem está sendo muitíssimo bem representado e sua história começou da melhor forma possível. Outras séries do gênero terão que se reinventar se quiserem continuar na briga, porque Demolidor é um divisor de águas da melhor espécie!
Seja bem vindo ao fantástico universo multimídia da Marvel, Demolidor! Que suas aventuras possam ser contadas para novas gerações de fãs!

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